terça-feira, 17 de abril de 2012

PRÊMIO PULITZER DE FOTOJORNALISMO

O fotógrafo Massoud Hossaini foi premiado com o Prêmio Pulitzer Sig Geisser de fotojornalismo na categoria ''Últimas Notícias''. A forte imagem de uma menina de 12 anos chorando ao redor de sua família, todos mortos após uma explosão em Cabul, no Afeganistão. Tarana Akbari é a menina da foto, grita e chora ao ver seus familiares no chão, momentos após um homem-bomba detonar explosivos em meio ao público no dia 16 de dezembro.

Massoud Hossaini/AFP


"Vi as pessoas correndo, afastando-se da fumaça. Sentei-me e vi que minha mão sangrando".
"Meu trabalho é documentar os fatos, pelo que corri no sentido contrário das pessoas", continuou Hosseini. "Quando a fumaça se dissipou, vi que estava no meio de um círculo de corpos". "Só conseguia chorar e tirar fotos da desolação à minha volta".
"Não pude ajudar ninguém, realmente estava em estado do choque. Só sabia que precisava registrar tudo isso, toda essa dor, as pessoas correndo, chorando, batendo no peito e gritando: Morte à Al-Qaeda, morte ao Talibã".
Depois, olhei para a direita e vi uma menina, Tarana Akbari, de entre 10 e 12 anos, que gritava de terror com a roupa manchada de sangue e as mãos abertas, em sinal de impotência e desespero. Estava cercada de corpos.
"Ao ver o que tinha acontecido com seus irmãos, primos, tios, mãe, avó, e a todos a seu redor, só conseguia gritar". "Consegui capturar, então, esta reação horrorizada", disse o fotógrafo.
A própria Tarana, que foi depois ouvida por jornalistas da AFP, contou que "quando consegui me levantar, vi as pessoas em volta, atiradas no chão, cobertas de sangue. Estava muito, muito aterrorizada".
Na entrevista que concedeu no dia 12 de dezembro, a menina afegã lembrou que, no dia, foi com 16 parentes ver as manifestações do Ashura, uma das festas sagradas xiitas, culto professado por sua família. Pôs o melhor vestido, de um verde brilhante.
Tarana ('melodia' em persa) foi ferida levemente na perna. Sete pessoas de sua família morreram, entre elas seu irmão mais novo Shoaib, de sete anos. Ficaram feridas a mãe e as irmãs Sunita, de 15 anos, e Sweeta, de cuatro. O pai tinha deixado a cidade, para um trabalho.

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